quinta-feira, 21 de junho de 2018

A reportagem é antiga, mas demonstra como eu não sou a única italiana a se apaixonar por Portugal...rs

Edição de 10.01.2007 | Sociedade / Jornal O Mirante Jovem italiano descobriu Deus em Torres Novas Mário Taglialatela deixou tudo em Itália (namorada, amigos e família) e a sua terra natal, Mondragone, entre Nápoles e Roma, e viajou até Torres Novas para se encontrar consigo próprio e acabou por descobrir a sua vocação: ser padre. Ordenado diácono no domingo na Sé de Santarém, Mário, 30 anos, vai trabalhar com os jovens da diocese enquanto não chega o dia de ser sacerdote. Para trás ficou uma namorada com quem acabou a relação quando decidiu vir para Portugal em Janeiro de 2001 e uma família que quando soube da sua decisão não a aceitou bem. Mário não desistiu e seguiu a sua caminhada que diz ter começado quando descobriu um santo, S. Francisco de Assis, que tinha sido muito radical. Foi numa peregrinação, no seu país, que ficou impressionado com o facto de S. Francisco ter renunciado a ser cavaleiro, a ser rico, para ajudar os outros. Quando decidiu sair do país andava afastado da Igreja Católica. Em pequeno costumava ajudar na missa. Mas a juventude, a vontade de fazer as mesmas coisas que os colegas, afastaram-no da religião. “Deus quis que viesse para Portugal para descobrir o outro Mário”, diz. Como tinha o contacto de um grupo de jovens de Torres Novas que em 1998 tinha estado em Itália, partiu à descoberta. Começou a trabalhar com o padre Vicente e a dada altura estava a dar catequese a um adulto que queria descobrir a fé católica. O bispo de Santarém, D. Manuel Pelino Domingues, soube o que o jovem estava a fazer e quis conhecê-lo. Propôs-lhe o desafio de ficar em Portugal a ajudar a Igreja. Mário Taglialatela estava inclinado para ir de novo para Itália. O bispo disse-lhe que a Igreja é universal e compreendeu que podia fazer o mesmo aqui que no seu país.O mais difícil foi convencer a família que não aceitou muito bem e até fez de tudo para que desistisse. Arranjaram-lhe um trabalho no jornal La Repubblica, um dos mais importantes de Itália. A irmã até se ofereceu para lhe pagar um curso superior além do de sociologia que estava a tirar quando saiu para Torres Novas. Mas ao fim de algum tempo a família acabou por aceitar. “Este era o meu caminho. Sempre tive a ideia de ajudar os outros. Fui locutor numa rádio local italiana e punha música não pelo gosto que tinha mas para agradar aos outros”, sublinha. Continua a gostar de música rock e pop e até considera que a música pode ajudar as pessoas a descobrirem a sua fé. Até mesmo as músicas pesadas dos Metallica. “Mesmo estas têm uma mensagem através da qual se pode lançar também a mensagem cristã”. Agora que está a um passo de se tornar padre, diz que afinal sempre teve essa vocação. Faltava era descobri-la. É como uma paixão. “Apaixonei-me pelo povo português, que me acolheu muito bem, e aqui descobri Deus e por ele me apaixonei também”, realça. Acrescenta que prometeu “amar todas as pessoas e ajudá-las, quanto mais não seja com um gesto ou um sorriso.

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