domingo, 24 de junho de 2018

Sobre encerramentos de ciclos e início de outros (a história do casulo e da borboleta)

Registro aqui uma publicação que realizei em uma rede social em 17/02/2018, pouco antes de sair em férias do meu trabalho/licença (e entrar em viagens - após 4 anos sem férias - com destino final a morada em Portugal), que julgo relevante. Essa postagem se referia à conclusão de um ciclo e começo de outro. A base dela é que, 3 anos antes de sua publicação, eu fui convocada a assumir um cargo de um serviço público (ao qual eu havia me candidatado e fui aprovada em concurso público três anos antes de ser convocada, quando ainda estava cursando meu curso universitário) em uma cidade que ficava à 100 km da capital, onde eu morava. Pela proximidade geográfica, eu julgava que houvesse uma proximidade também cultural e que eu estaria "no quintal da minha casa". Ledo engano. Para minha surpresa, eu parecia estar em outro país! Resolvi postá-la aqui para ilustrar o eu que sempre digo (adaptação, aprendizado, sair da caixinha): [Nos últimos três anos, quando eu decidi abandonar a minha Zona de Conforto - que é muito fácil de se falar, mas extremamente difícil de se praticar - aprendi que viver em plenitude consiste, basicamente, em arriscar-se!É tentar o novo e não ter medo de errar (e de assumir, corrigir e aprender com o erro depois). Aliás, o que mais acontece quando nos livramos de hábitos enraizados e tomamos novos rumos é "dar errado". E dá muito mesmo! Porque é um reaprender a andar. E reaprender/substituir velhos hábitos é muito mais difícil do que aprender algo. Porque já estamos condicionados às nossas amarras mentais, crenças, valores e hábitos. Crescer dói pra caramba! Esfola, arde, quebra...lembra quando criança, quando você aprendeu a andar de bicicleta?!? Mas lembra também quando você aprendeu? A sensação de poder, de liberdade e de paz que te trouxe esse aprendizado? Sensação de dever cumprido, que você é capaz?!? Então! Daí eu me lembro de outras passagens da infância. Lembro que sempre fui muito curiosa (e ainda sou) e que eu tinha a mania de "testar" as coisas, de querer saber que mecanismo direcionava aquilo, o por quê de tudo (e não sou muito diferente hoje em dia...rs). Lembro que, no sítio do meu pai (que ele perdeu após ser invadido, mas isso é outra história que prefiro não me ater), que era extremamente produtivo e tinha vários tipos de animais e plantações, nos cedendo inúmeros tipos de produções que complementavam a renda da nossa família (como leite, queijo, ovos, verduras, etc), eu ficava ali observando a rotina do meu pai e dos bichos que ali habitavam...rs. E, dentre esse bichos, tinham patos. E galinhas. E eu ficava ali, por horas, vendo aqueles patos todos nadando numa caixa dágua de concreto enorme (bom, pra criança tudo é enorme...rs) que tinha lá (e que era usada para acumular água para tratar dos animais). Mas, enfim, eu via os patos nadando e as galinhas lá, quietinhas, os observando com os "olhares tristes" (pelo menos esse era o meu julgamento...rs). Eu, então, como diz minha mãe, "a defensora dos frascos e comprimidos" (uma brincadeira com a expressão fracos e oprimidos...rs), resolvi colocar uma galinha no tanque para nadar. Obviamente, quase matei a galinha! E, mais óbvio ainda, uma bronca do meu pai (rs). Em outra situação, vi um casulo e perguntei para o meu pai o que era aquilo. Minha mãe, que estava perto, prontamente respondeu que aquilo era a fase entre a lagarta e a borboleta. Eu, obviamente, quis "salvar" a borboleta ali de dentro, porque, no meu entendimento, ela estaria sufocada. Resultado: matei o casulo e ele não voltou a ser nem a lagarta nem a borboleta. Mas por quê essa história toda? Porque na vida da gente é assim! Tem situações que são biológicas e/ou dependem da nossa maturidade para compreender (questões sociais). Hoje, adulta, eu percebo o valor das três fases da borboleta e consigo respeitar. Mas amo a borboleta. Porque ela entende o seu poder, sabe das suas asas, e, simplesmente, voa sem competir com as demais! E se conecta ao que faz bem a ela. Borboletas azuis, por exemplo, só existem onde o ar é puro, ou seja, a existência delas em um local é um indicativo biológico de pureza do ar. Por isso a frase: cuide do seu jardim (de você, de sua energia) para que as borboletas (a plenitude, felicidade) venham! E voe! Arrisque-se!Nas mínimas coisas: em um corte de cabelo, uma comida, uma viagem...o que importa é você se permitir! E estar em plenitude com você mesmo. Porque os outros, são os outros. As escolhas e modo de viver deles não nos interessam (desde que elas não interfiram na nossa vida e que eles não necessitem de nós). A grama do jardim alheio talvez seja mais verde porque ele passou mais tempo cuidando dela, aguando, adubando e podando, do que vigiando a do vizinho. Todos temos a capacidade de sermos borboletas, basta respeitarmos nossos ciclos e termos a coragem de voar depois!] ]

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